segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

CONTRAVENTOR


CONTRAVENTOR

Vivo sob o seqüestro das emoções...

Estou as mercê de todas...

Imagine todas...

Da alegria mais profunda

Das tristezas mais complexas

Do delito capital

E as decisões santas...

Acompanha-me as virtudes de uma alma

pronta para salvação...

E um coração imputável

de todos os erros que ele sabe cometer...

Todos os erros que um coração sabe cometer...

Nada construo sem uma emoção que me assoalhe

Para o bem do sorriso

Para uma lágrima que saia de mim

ou de quem dirijo minha emoção...

Então fico imaginado se o cárcere

Não é correção necessária

para o que escolhi por

Condição de sobrevivência...

Desorientado é meu coração

Obstinada é minha alma...

Não há lamentos em minhas elucubrações...

Há uma necessidade enorme de vida...

E ela me invade...

seqüestra ...

corrompe...

E eu gosto !

Lupi Poeta

CAFÉ COM VERSOS


CAFÉ COM VERSO

Deixei o cheiro do café
Invadir meu olfato...
Acordei por ele...
Depois pelo sorriso...
Depois abri os olhos e notei sua ausência
ao meu lado...
invadiu-me um arrepio da certeza da sua volta
com o carinho daquele cheiro que estava no ar
Naquela manhã não ficaria sem você...


Lupi Poeta

POESIA URBANA





Poesia Urbana

Através das vielas vago...
Como se um mapa da saudade
estivesse tatuado em meu coração...
Essa eterna procura não acaba nunca!
Essa obstinação há de apagar
qualquer dia desses essa prevenção
desde que essa condição de eremita
instalou-se em mim...
Por isso vago a esmo...
Por isso perco aqui e ali
paixões não resolvidas
Cartas devolvidas
E essa solidão contumaz
Vigio as janelas
Tento reconhecer os barulhos
Não são meus...
Mas poderiam ser...
Tenho lembranças vagas
De promessa minhas...
Suas...
Nossas ...
Há uma montanha enorme dentro de mim
Maior que meus desejos
Furta-me as emoções emprestadas a esse
que sou...
Mas que algo não me deixa ser.

Lupi Poeta

NOTURNO


NOTURNO

ah! a dimensão da vida....
A força que uma existência tem...
A importância que os sentimentos tem..
Não sabemos nada...
E por elas devemos gastar nossa sorte,
nossas noites...

E nessas horas que contam a noite
tenho em mim todos os extremos
todos os excessos...
o da paixão
das coisas do amor
do sofrimento estendido
da felicidade de um menino
que ainda não aprendeu
que há a vaidade para procurarmos espelhos...

exponho com tanta força minha emoções
que minha garganta e peito reclamam a saliva que devo engolir...
tenho carinho e as infantilidades todas
e uma urgência em tudo
que as vezes deixo de fazer ou dizer coisas
porque tenho que dizer e fazer outras coisas...
choro fácil
dou gargalhadas enormes
em que meu coração se liberta...
mas também se encarcera
rápido demais
nessas horas que contam a noite
partilho tudo que é meu
deixo tudo liberto
só não me desapego de minha paixões...

E ao primeiro sinal,
da primeira clareira
que o sol faz...
Escondo todos esses segredos...
Quem recebeu algo de mim em uma noite
reconheça como seu e guarde...
Porque de dia não sou assim...

meu medo,talvez o motivo da minha insônia ...
é que o mundo esqueça de amanhecer...

Lupi Poeta

MUSA


MUSA

Fique atenta e sensível
e sinta que estou chegando.
Sinta-me no vento...
Sinta rosa qualquer, cor sua
como meu rosto e a possua.
Afinal, qual gesto meu não
é seu neste momento?
Qual rosa roubada por mim
não cobiçou ser sua
ao sentir quão forte
é sua estada em mim?

Pense no amarelo...
Pense no azul...
Pense no verde...
E sinta-se à vontade
para pintar minha alegria.
Fiz-lhe dona das minhas
vergonhas que castigam e coram...
Deixe agora o vento passar
mais uma vez sobre você
e arrancar um sorriso
de olhos fechados.
Sinta-me no vento
Seus cabelos cairão sobre seu rosto
e eu desejarei seus pensamentos.

Tentarei, se for digno,
imaginar seu semblante
simples e triste.
E se conseguir chegar até você
Contarei meu maior segredo em prantos,
só para merecer seu colo...

Lupi Poeta